Você gosta de RRRRRRRRRRRRRRRock? Esse é o Palhaço Carequinha. Não é porque é disco de palhaço que é coisa mal feita, muito pelo contrário, a banda que acompanha é simplesmente do Sr. Altamiro Carrilho, um dos maiores gênios da música brasileira. Os arranjos e as execuções são de primeira linha.
As letras desse disco são sensacionais, muito bem sacadas, quando não soa algo bem comportado como "...minha escola é também o meu lar...". Algo bem diferente das baixarias que as crianças aprendem a cantar hoje em dia.
George Savalla Gomes. Até para os mais atentos ao mundo musical e televisivo fica difícil associar o nome de batismo ao nome artístico do pa- lhaço Carequinha, considerado por muitos um patrimônio da cultura bra- sileira. Foram vários os programas televisivos que comandou e 26 os dis- cos que gravou. Por várias gerações entrou na casa de milhões de espectadores com o bordão "Tá certo ou não tá?"
O velho palhaço, que morreu na ativa aos 90 anos, em abril do ano de 2006. Essa é a minha homenagem à este grande artista brasileiro, que pra mim é mais importante que outros palhaços como Caetano e Gil por exemplo...
Essa é tipo uma eleição de 10 melhores músicas de todos os tempos na minha opinião. O que foi me vindo à cabeça fui ordenando e rippando de meus cds.
Um dos critérios foi não colocar nada baixado. Só colocar coisas que eu comprei o cd.
O resultado foi uma coleção de pérolas preciosas devastadoras, cruéis e sangrentas. Quem precisa de Heavy Metal ou Punk com músicas como essas? Cuidado! Se você ouvir isso muito alto, pode sangrar sua orelha! Mas não é que o repertório apela para o ruidismo indiscriminado, aliás, nada tem de ruidismo aquí. Todas as músicas são muito bem construídas, compostas e executadas. Mas fica claro que a motivações delas vieram das vísceras e não da cabeça. São obras vomitadas e sangradas.
Para dar uma imagem à isso, usei uma colagem criada por minha mulher Adriana Peliano de uma gato que sangra rubis. Essa imagem faz parte de uma série chamada: The White Cat.
Quando meu amigo Roberto Bellini ainda morava em Austin no Texas, me mandou uma faixa de uma cantora turca que misturava psicodelia com sintetizadores e música popular turca. Lógico, pirei... Ele tinha acabado de comprar uma coletânea que havido sido lançada por um selo inglês chamado "Finders Keepers" e a faixa era YAYLALAR. Desde então me mantenho um adorador da obra dessa mulher chamada SELDA.
Eu nem sequer consigo escrever seu sobrenome, porque contêm caracter inexistente no nosso, um "g" com acento circunflexo de cabeca para baixo. Coisa de turco. SELDA BAGCAN Falando em turcos, tenho a honra de ter dois amigos incríveis, um criado na Alemanha e outro de Istambul, o Cem Kaya e o Tan Kurttekin. Ambos super artistas, o primeiro designer e diretor de filmes e o outro um tremendo fotógrafo proficional. Veja o trampo do Cem Veja o trampo do Tan
Graças à estes dois amigos de primeira linha, tornei-me possuidor de uma boa quantidade de compactos raros dessa cantora tão maravilhosa. É muito tocante ouvi-la cantar. Em geral os turcos não cantam bobagens nas letras, são normalmente palavras bastante profundas.
A infeliz desconexão que nós brasileiros temos, culturalmente com o povo turco, acaba por tornar esse "encontro" muito exótico, mais até do que deveria. Segundo as impressões que pude ter desses dois amigos, eles acham que os brasileiros são muito parecidos com os turcos. Expansivos, comunicativos e com um certo tom de "malandrões". Claro, isso se tratando dos clichês... A impressão que eles me passam também é que conhecem muito mais da nossa cultura do que nós da deles. Eles conhecem até as coisas mais obscuras da música brasileira.
Nesse caso, aquí vai um pequeno banho de música turca para os brasileiros e ocidentais em geral.
Esses compactos não são exatamente da fase mais psicodélica dela, mas essa fase pode ser ouvida no cd lançado pela Finders Keepers, no qual recomendo veementemente. Comprem ou tentem achar na Net.
O material que eu aquí selecionei é ainda mais exclusivo.
01 - Bad-I Sabah
02 - Eyvah! Gönül sana eyvah!
03 - Zalim sevgililer bu sözüm size!
04 - Topra...
05 - Yuh Yuh
06 - Dostum Dostum
07 - Tatli Dillim, Güler Yuziüm
08 - Bölemedim Felek íke Kozumu
09 - Bülbül
10 - Adaletin Bumu Dünya
11 - Dane Dane Benleri
12 - Askin Bir Ates
13 - O Güler
14 - ...berimde Gül Oya
Em considerações gerais eu digo que propositalmente mantive o som dos compactos sem limpar os ruídos do vinil, para que todos possam ter a noção da real sensação de ouví-los em seu estado bruto. Ao que parece eles são vendidos em baciadas e foram, até então, muito mal tratados e sem nenhuma consevação. Talvez alguns até possuíssem capas, mas essas se perderam com o tempo. Eu gostaria de entender também porque tantos estão com o título da música apagado. Parece algo proposital. Algum amigo turco arriscaria uma opinião sobre isso?
Mais uma das compilações mais bizarras da internet. E agora "pegando pesado"
tracklist:
01 - as coisas que eu gosto/elis regina Um autêntico registro da utilização do efeito chipmonks justo num trabalho da que é conhecida como uma das cantoras mais importantes do Brasil.
02 - o sole mio/topo gigio Precisa mesmo falar alguma coisa?
03 - blindman/ringo star Um Beatle fazendo uma coisa dessas? É bizarro, mas é mais bizarro ainda a música ser boa. Reparem o loop eletrônico desafinado que é basicamente a condução principal da canção.
04 - illusions/izhar cohen Quem não curte um funkzinho Israelense? Quem nunca dançou um groovezinho Judaico?
05 - a última voz do brasil/joelho de porco Quem é Brasileiro entende essa.
06 - good vibrations/psychic tv Pra quem não sabe, Genesis P. Orrige é super hyppie. Acreditem se quiser...
07 - papai quadradão/joão roberto kelly Obra prima de um dos maiores picaretas da música brasileira.
08 - quinteto de vientos/les luthiers Grupo Argentino de primeira qualidade que costuma misturar com muito humor virtuosismo e construção de instrumentos insólitos.
09 - doutor silvana/os pholhas Clááássico!!!!! Grande Moog Track!!!!!
10 - adios/copacabana no tasogare Japonês tentando fazer Bossa Nova tempos atrás?
11 - le cuple/erotíssima Sexo e experimentação Psicodélica!
12 - hustler's tango/carole laure and lewis furey Isso é bizarro! Musical com eletrônica e muito mais...
13 - oye este guaganco/mongo y la lupe Outro grande clássico! Viva a música Cubana!!!!!
Não se trata da versão oficial da trilha sonora do filme de Alfred Hitchock, e sim um lançamento destinado a valorizar mais a obra do compositor Miklos Rozsa e obviamente destacar o arranjador Heindorf. Mas o mais interessante é a presença indispensável do solista Dr. Samuel J. Hoffman que com o seu telento raro na época para executar o THEREMIN horrorizava o inconsciente da platéia dos anos 50 e 60. É muito legal quando o maestro, ou o próprio compositor ou até mesmo o interprete resolve produzir um disco mostrando a obra integral que foi produzida para um filme revelando partituras que são tratadas sem relevância para os holofotes que a industria cinematográfica destaca. Muitas vezes as trilhas originais incluem diálogos que sobrepõem a música tb. Recentemente outra pessoal altamente expert em Theremin fez algo exatamente igual, Lydia Kavina com a composição de Howard Shore para o filme de Tim Burton "Ed Wood", onde ela é a solista também.
No caso dessa obra de Rozsa eu acho que ele repete demais o tema principal, mas com certeza isso deve ser um recurso muito usado no cinema da época.
Vamos deixar deixar uma coisa bem clara: Este não é um disco de música! Nada tem à ver com aquele papo de que tudo é música, porque a intenção que ele foi feita é puramente fetichista para uso de excitação ou incremento para o ato sexual.
Isso, disco para tarado! Coisa feita pra quem tem tesão de bater ou apanhar. Todo mundo sabe o nome disso...
Independente do fato de que eu não me interesso por isso, o disco pra mim é muito interessante por vários aspectos. Um deles é sob o olhar antropológico que, embora me vêem muitas coisas em mente, não tenho vontade de explanar aquí, mesmo porque este não é o foco do blog.
Mas uma coisa que sempre me pergunto quando eu vejo um LP usado especial é: "De onde vêio isso"? "De quem era?" "Como chegou ao Brasil?"
Nesse caso sei apenas uma parte da história:
A loja Nuvem Nove, que infelizmente não existe mais, comprou num lote de alguém, e o amigo YUPO comprou na Nuvem Nove. Assim sendo, o Yupo me emprestou, eu digitalizei e ofereço à todos vocês. Um verdadeiro troféu de bizarrice tanto para quem comprou quanto para quem vendeu...
Sabemos também que esse tipo de disco era vendido em lugares "especiais", como sex shopping por exemplo, ou ateliers de sado-masoquismos. Acho que não é à toa que o José da Nuvem Nove não se lembra quem vendeu...
Bem, baixe, ouça e coloque bem alto na casa do pai no domingão, e verás o efeito constrangedor que este disco pode causar.
Se realmente alguém bateu e apanhou pra gravar esse disco é um enigma, mas que o som é convincente isso ele é! Afinal, não é uma piada, ou não é música...
Este material foi produzido para ser trilha sonora para o desfile de Outono/Inverno de 2003 do estilista Jum Nakao no São Paulo Fashion Week. Na verdade eu produzí todos a trilha pra todos os desfiles do amigo Jum apresentados no SPFW e em um anterior na Semana de Moda.
A trilha foi distribuída em cd para alguns convidados "chaves".
A proposta do Jum era se inspirar nos filmes de agente secreto com doses de ficção científica dos anos 60 e início de 70. A trilha mostra bem isso com suas referências e colagens. Temos aqui citações de filmes como Enigma de Andromeda, Charade e a obra musical de Raymond Scott e Les Baxter. Claro que as composições remetem a obra de Morricone e Mancini.
As vozes femininas que aparecem na trilha são da incrível Audrey Hepburn no filme Charade.
A faixa de numero 4 na real foi extraída de um dos discos de Leonard Nimoy (o da imagem acima). Apenas acrescentei uns efeitos e um ritmo mas moderno.
O convite era de papelão duro e foi distribuído dentro de um bonito envelope de papel vegetal vermelho que incluía o cartão de acesso nas catracas do evento. A Programação Visual deste convite e do CD foram desenvolvidas por Mário Sader na LOBO DESIGN.
O pirata do pirata, é o que este vinil é! Alguém bem espertinho relançou registros não oficiais de performances da banda indo na onda da nova fase de apresentações deles, juntando com a nova onda de interesse do público pela mídia do Vinil.
Ele reúne dois shows de épocas diferentes, um em 1981, fase Computer World na cidade de Utrecht (Holanda, Países Baixos, a cidade culturalmente mais ativa depois de Amsterdan), e outro em Paris em 1976 na fase do Autobahn, cujo audio possivelmente foi extraído de uma transmissão de tv, pois possui comentários entre as músicas.
Um vasto material não oficial de audio de shows pipocou no mundo inteiro vindo de onde se apresentavam devido ao fato deles nunca terem lançado esse tipo de coisa oficialmente antes dos anos 2000. Como a produção de álbuns também sempre funcionou bem devagar, a sede que os fãs tinham de conseguir mais e mais coisas era um pouco aplacada por estes discos não oficiais, normalmente com qualidade questionável.
Ouvindo este material, dá pra observar que eles talvez se irritassem com o não perfeccionismo de suas performances, diferenciado em muito do referencial dos discos.
Eu já acho este fato o ponto mais fascinante da carreira da banda, exatamente pelo fator humano interferir em suas propostas de homens máquina. Era uma época em que algo poderia acontecer de errado, uma nota fora, um deslize rítmico, ou um timbre mal programado... No show de Paris podemos ouvi-los afinando os instrumentos, o que é genial.
Mas, após anos e anos eles conquistaram a perfeição, o que significa que a performance ao vivo é mínima e tudo fica em cargo das máquinas. Mesmo reforçando a linguagem das projeções no palco, cada vez mais as coisas foram ficando mais velhas e chatas. Mas afinal, que máquinas são essas? É o mesmo PC que você tem em casa. Puxa, como o computador perdeu o glamour, né?
O público, acostumado com os DJ's, que são tratados como músicos mas não deixam de ser meros animadores de festa deliram ao ver 4 velhinhos no palco, e sem entender o que eles de fato estão "executando" (musicalmente falando), se hipnotizam com a idéia de estarem diante de ídolos que "inventaram a música eletrônica"... Hã?... que merda é essa? Kraftwerk é lindo, mas é só um elo da corrente, uma engrenagem importante, mas infinitamente menos originais do que as pessoas imaginam. Bem, quem acompanha os textos deste blog já entendeu isso à séculos.
Inventores ou oportunistas, o importante é que o trabalho é de alta qualidade. Aproveitem para ouvir esse material antes de terem assistido ao show no Brasil, que acontecerá no dia 22 de março de 2009.
Se alguém achar que eu não gosto da banda por causa do texto se engana, pra mim foi a banda mais importante de todas por ser a primeira coisa que me fez interessar por música na vida, desde minha infância, e este caminho musical no qual segui, me ensinou à admirar o trabalho de meus artistas queridos de forma reflexiva e na maioria das vezes iconoclasta.
No meio dos anos 60, um loucão na Inglaterra chamado Jerry Samuels consegue lançar pelo selo Warner Bros. um compacto chamado : THEY'RE COMING TO TAKE ME AWAY, HA-HAAA! que é a estória de um cara que enlouquece, e cantando, nos diz que "Eles estão vindo para me levar", e por causa de todo contexto sonoro você entende que "Eles" são os médicos do Hospício, e ele diz que os caras se vestem de branco, que vão levá-lo prum lugar muito bacana e etc... Efeitos eletrônicos, hoje considerados banais como dalay e modificação da rotação são empregados para deixar o clima mais esquisito! O compacto tinha a capa de tráz toda escrita ao contrário e a imagem espelhada, porque a faixa do lado B era a mesma coisa que a do lado A só que tocada invertida. Uma loucura bem radical e absurda, e não é que fez o maior sucesso? Era uma piada, lógico, mas executada com recursos desenvolvidos no contexto da música eletrônica séria, mais especificamente, da música concreta. Uma grande piada concreta! Terá sido esse o motivo que o Sr. Pierre Schaeffer se desencantou tanto com as próprias experiências?
O compacto virou um sucesso mundial e foi lançado inclusive no Brasil, taí um ítem raríssimo!
Em 95 lançaram este cd que reúne o material produzido para o álbum desse projeto em 1968 e um monte de outros lançamentos relacionados à esse povo maluco, inclusive coisas produzidas na década de 90. Nada me tira da cabeça que a banda BONAPARTE também seja uma referência à essa piada. A voz do vocalista e o seu jeito de cantar lembram muito a vocalização do original, que até lembra um rapper.
Outro lance divertido foi a compilação de tributos e homenagens à essa aberração da industria fonográfica, a "NAPOLEON COMPLEX?". Foi uma iniciativa não oficial e foi feita numa tiragem bem minuscula. Aí tem 20 versões que remetem ao original, trocando a letra e variando um pouco o arranjo original, que mais parece um bando de gente no hospício tentando montar uma banda.
Essa compilação inclue também a versão original e o lado B do compacto. Se liguem que a faixa 19 é do grupo LARD, nada mais, nada menos que os caras do MINISTRY com JELLO BIAFRA nos vocais. Muito apropriado!!!!! Coisa de louco!!!!!!!